![](https://images.adsttc.com/media/images/59d6/e7c5/b22e/3883/1f00/033f/newsletter/externa.jpg?1507256251)
No final de agosto deste ano ocorreu a terceira edição da AA Visiting School Amazon. Após oito dias de imersão na floresta amazônica, estudando sua natureza e compreendendo conceitos de biomimética, os professores Marko Brajovic, Nacho Martí e Alessandra Araujo, juntos de um grupo internacional de arquitetos e estudantes, projetaram um centro para educar as pessoas do Lago Mamori e ajudá-los a imaginar as mudanças que precisam fazer em suas vidas para se adaptarem às mudanças climáticas e possíveis desastres ambientais decorrentes delas.
As mudanças climáticas já estão provocando variações de nível d'água cada vez mais radicais no Lago Mamori, Amazônia. Kátia e Gerson perderam sua casa em 2012 quando a água do rio aumentou em níveis recordes. Três anos depois, em 2015, eles lutaram para cultivar alimentos e pescar durante uma seca severa.
![](https://images.adsttc.com/media/images/59d6/e842/b22e/38da/ca00/01cc/newsletter/AAVS-WDCD-1409-02.jpg?1507256382)
![](https://images.adsttc.com/media/images/59d6/e85b/b22e/38da/ca00/01ce/newsletter/AAVS-WDCD-1409-03.jpg?1507256407)
O acesso à eletricidade a partir de 2010 trouxe o ar condicionado, mudando a arquitetura vernácula e afastando o conhecimento e tecnologias locais das construções mais recentes. Novos materiais que não são adequados para o clima amazônico, como telhados de alumínio e tetos de PVC, também estão sendo introduzidos, criando casas mais quentes e desconfortáveis.
Nadir, a irmã de Gerson, e sua família sofreram dengue por causa da água poluída com matéria orgânica. Devido à falta de um sistema de esgoto, as famílias têm poluído o lago por décadas, aumentando as chances de ter doenças transmitidas pela água.
![](https://images.adsttc.com/media/images/59d6/e851/b22e/38da/ca00/01cd/newsletter/AAVS-WDCD-1409-04.jpg?1507256397)
![](https://images.adsttc.com/media/images/59d6/e7da/b22e/3883/1f00/0340/newsletter/Interna.jpg?1507256272)
O projeto visa projetar e construir um Centro Flutuante de Mudanças Climáticas como um exemplo de melhores práticas de construção, a fim de educar pessoas do Lago Mamori e servir como um estudo de caso global escalável. O projeto será desenvolvido e construído com pessoas, materiais e tecnologia locais, ao mesmo tempo que se configura como um tipo de habitação mais resiliente e confortável. Inspirado pela natureza e usando a biomimética como inspiração, o edifício flutua para se adaptar às variações de nível d'água, é sinérgico para resistir às fortes tempestades, possui sistemas de resfriamento passivo e um ciclo de nutrientes fechado, além de uma construção fácil e barata. O centro será sustentado por um programa anual com estudantes visitantes e atividades de ensino para as escolas e comunidades locais.
![](https://images.adsttc.com/media/images/59d6/e861/b22e/3883/1f00/0341/newsletter/AAVS-WDCD-1409-05.jpg?1507256413)
![](https://images.adsttc.com/media/images/59d6/e86a/b22e/38da/ca00/01cf/newsletter/AAVS-WDCD-1409-06.jpg?1507256422)
Coordenação: Nacho Martí, Marko Brajovic
Especialista em Biomimética: Alessandra Araujo
Equipe: André Almeida, Beatriz Villar, Breno Sá Leitão, Carolina Bins Ely, Gabriela Wiss, James Barcelona, Laura Cardone, Mia T. Hjaere, Mila Montezuma, Victor Delaqua
O projeto está participando do Climate Action Challenge realizado pela plataforma What Design Can Do, e foi selecionado para a próxima etapa do concurso junto a outras 34 propostas. Os vencedores serão divulgados no dia 23 de novembro, no evento WDCD Live em São Paulo.